Caravana da Fraternidade

Caravana da Fraternidade
Francisco Spinelli

sábado, 24 de agosto de 2013

Com a fraternidade, filha da caridade, os homens viverão em paz, se poupando os males inumeráveis que nascem da discórdia, filha, a seu turno, do orgulho, do egoísmo, da ambição, do ciúme e de todas as imperfeições da Humanidade. eis o Credo, a religião do Espiritismo, religião que pode se conciliar com todos os cultos, quer dizer, com todas as maneiras de adorar a Deus. É o laço que deve unir todos os Espíritas em uma santa comunhão de pensamentos, à espera que uma todos os homens sob a bandeira da fraternidade universal.O credo, a religião do Espiritismo



Autor: Allan Kardec

Crer em um Deus Todo-Poderoso, soberanamente justo e bom; crer na alma e em sua imortalidade; na preexistência da alma como única justificativa do presente; na pluralidade das existências como meio de expiação, de reparação e de adiantamento intelectual e moral; na perfectibilidade dos seres mais imperfeitos; na felicidade crescente na perfeição; na eqüitativa remuneração do bem e do mal, segundo o princípio: a cada um segundo as suas obras; na igualdade da justiça para todos, sem exceções, favores nem privilégios para nenhuma criatura; na duração da expiação limitada à da imperfeição; no livre arbítrio do homem, que lhe deixa sempre a escolha entre o bem e o mal; crer na continuidade das relações entre o mundo visível e o mundo invisível, na solidariedade que religa todos os seres passados, presentes e futuros, encarnados e desencarnados, considerar a vida terrestre como transitória e uma das fases da Vida do Espírito, que é eterno; aceitar corajosamente as provações, tendo em vista o futuro mais invejável do que o presente; praticar a caridade em pensamentos, em palavras e em ações na mais ampla acepção da palavra; se esforçar cada dia para ser melhor do que na véspera, extirpando alguma imperfeição de sua alma; submeter todas as suas crenças ao controle do livre exame e da razão, e nada aceitar pela fé cega; respeitar todas as crenças sinceras, por irracionais que nos pareçam, e não violentar a consciência de ninguém; ver, enfim, nas diferentes descobertas da ciência a revelação das leis da Natureza, que são as leis de Deus: eis o Credo, a religião do Espiritismo, religião que pode se conciliar com todos os cultos, quer dizer, com todas as maneiras de adorar a Deus. É o laço que deve unir todos os Espíritas em uma santa comunhão de pensamentos, à espera que uma todos os homens sob a bandeira da fraternidade universal.



Com a fraternidade, filha da caridade, os homens viverão em paz, se poupando os males inumeráveis que nascem da discórdia, filha, a seu turno, do orgulho, do egoísmo, da ambição, do ciúme e de todas as imperfeições da Humanidade.



O espiritismo dá aos homens tudo o que é preciso para sua felicidade neste mundo, porque lhes ensina a se contentarem com aquilo que têm; que os Espíritos sejam, pois, os primeiros a aproveitarem os benefícios que ele traz, e que inaugura entre eles o reino da harmonia, que resplandecerá nas gerações futuras.



Os Espíritos que nos cercam aqui são inumeráveis, atraídos pelo objetivo que nos propusemos em nos reunindo, a fim de darem aos nossos pensamentos a força que nasce da união.



Doemos àqueles que nos são caros uma boa lembrança e um testemunho de nossa afeição, os encorajamentos e as consolações àqueles que deles têm necessidade. Façamos de maneira que cada um receba a sua parte dos sentimentos de caridade benevolente, da qual estaremos animados, e que esta reunião traga os frutos que todos estão no direito de esperá-los.



Texto retirado do discurso de abertura proferido por Allan Kardec à Sessão Anual Comemorativa dos Mortos, na Sociedade de Paris, em 1o de novembro de 1868, sob o tema “O Espiritismo é uma Religião?”. O conteúdo pode ser lido integralmente na Revista Espírita, Jornal de Estudos Psicológicos, 11º ano, nº 12, de dezembro de 1868 – Revue Spirite Journal d’Études Psychologiques, publié sous la direction de ALLAN KARDEC.

sábado, 13 de julho de 2013

Fé sem Igrejismo. 11 minutos de Excelente abordagem,



http://www.youtube.com/watch?v=RUlWnJqo8uA

DESENCARNA HERMÍNIO MIRANDA. Afirmou Kardec, em O que é o Espiritismo que “o Espiritismo tem também seus estudiosos” e que “quem quer se esclarecer não colhe informações numa única fonte; somente depois do exame e da comparação se poderá tirar uma conclusão“. Em obediência a estas afirmações, Hermínio Miranda foi, de fato, um verdadeiro estudioso da Doutrina Espírita e um de seus principais e mais notáveis pensadores do século XX e XXI. As suas obras são verdadeiras obras-primas do pensamento espiritista e se tornam leitura obrigatória para todo aquele que afirma ser espírita. Elas já eram obrigatórias, contudo, ante o desencarne deste fantástico pensador, é um dever moral dos espíritas dedicarem-lhes atenção e um estudo profundo.

                                                    Hermínio (05/01/1920 - 08/07/2013)

Afirmou Kardec, em O que é o Espiritismo que “o Espiritismo tem também seus estudiosos” e que “quem quer se esclarecer não colhe informações numa única fonte; somente depois do exame e da comparação se poderá tirar uma conclusão“.
Em obediência a estas afirmações, Hermínio Miranda foi, de fato, um verdadeiro estudioso da Doutrina Espírita e um de seus principais e mais notáveis pensadores do século XX e XXI.
As suas obras são verdadeiras obras-primas do pensamento espiritista e se tornam leitura obrigatória para todo aquele que afirma ser espírita. Elas já eram obrigatórias, contudo, ante o desencarne deste fantástico pensador, é um dever moral dos espíritas dedicarem-lhes atenção e um estudo profundo.
Como afirma o Jáder, logo abaixo em mensagem que ora reproduzimos, a lista de interesses do Hermínio é vasta e todos os seus livros tem muito a acrescentar em conhecimento e cultura aos Espíritas.
Livros como A Memória e o Tempo (que já foi objeto de resenha neste blog), Alquimia da Mente, Diversidade dos Carismas, Condomínio Espiritual, O Estigma e os Enigmas, Arquivos Psíquicos do Egito, Swedenborg, uma análise crítica (tão ao gosto do estilo de análise deste blog), O Evangelho Gnóstico de Tomé, Diálogo com as Sombras, As Sete Vidas de Fénelon, Cristianismo: a mensagem esquecida, e Autismo, uma leitura espiritual são alguns dos cerca de 45 livros publicados.
É uma perda enorme a sua partida, mas, com bem sabemos, a hora de partir é sempre exata. Não há o que lamentar no desencarne de tão valoroso irmão, a não ser um sentimento de que o trabalho de Hermínio deve ser objeto de um estudo atento e profundo. Com certeza nossos irmãos, do lado de lá, estavam ansiosos com o regresso dele. Vai, Hermínio, que Deus te permita outras oportunidades para voltar entre nós e nos iluminar com este vasto conhecimento que tu possuis.
O desejo que fica agora é o de ver a sua vida ser contada em um livro, como foi feito com tantos, como Chico Xavier, J. Herculano Pires, o próprio Kardec, entre tantos outros. Que a espiritualidade encontre algum irmão com inspiração e talento suficientes para contar a vida deste fantástico pensador em um livro. Já que não foi feito enquanto ele ainda estava encarnado, que seja agora que está na companhia dos bons espíritos!
Siga em paz querido irmão, escriba e professor. Enquanto teu espírito retorna á pátria, teu legado segue conosco nos iluminando!

"O pássaro agora voa liberto. Nós, que não mais podemos vê-lo, já sentimos saudades do seu canto."
Jáder Sampaio


Na década de 80 a União Espírita Mineira, em associação com a Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte, trouxe três estudiosos do espiritismo para um seminário sobre mediunidade. Jorge Andréa dos Santos, Suely C. Schubert e Hermínio C. Miranda.


Hermínio estava incomodado com o púlpito. Não era expositor, dizia, apenas escritor. Assentado, com um maço de páginas nas mãos, começou a ler seu discurso. E que discurso! Superado o impacto inicial de ouvir uma leitura, as palavras dele criavam vida após sair do papel. Eram tantas informações e com tanta elegância, que eu me dividia entre as anotações furiosas que fazia e a atenção necessária para acompanhar cada nuance, cada expressão, cada frase. Se ele temia o público, arrisco minha opinião póstuma: ele fez bonito!


Hermínio era reservado, tinha uma personalidade anglo-saxônica. A esposa completava-lhe o que lhe faltava. Recordo-me dela expansiva, simpática, calorosa. Os dois formavam um belo casal, cada um admirado por suas qualidades díspares.


Hermínio já era nonagenário, com extensa contribuição ao espiritismo e ao movimento espírita. Durante anos manteve uma coluna no Reformador, chamada "Lendo e Comentando". Ela trouxe aos trópicos de forma sistemática o que se pesquisava sobre comunicação dos espíritos e reencarnação nas terras anglófonas. Creio que das páginas do Reformador saiu o material para a composição dos livros "Sobrevivência e Comunicabilidade dos Espíritos" e "Reencarnação e Imortalidade".


Um de seus trabalhos sistemáticos foi com o atendimento aos espíritos. Apesar da personalidade reservada, ele mostrava um senso de percepção incomum e uma capacidade de diálogo transformadora. Como gravasse seus atendimentos, pode nos oferecer uma quadrilogia de livros intitulada "Histórias que os espíritos contaram", hoje publicada pela editora Correio Fraterno. A teoria do seu trabalho diferenciado, no qual incluiu técnicas dos magnetizadores do século XIX, encontra-se em dois livros: Diálogo com as sombras (FEB) e Diversidade dos Carismas (Lachâtre).


As incursões pelo magnetismo não se restringiram ao mundo das sombras, e ele fez sessões de regressão de memória com algumas pessoas. Luciano dos Anjos foi um sujet pleno de recordações da França revolucionária, que ele registrou no livro "Eu sou Camille Desmoulins", publicado em 1989, no bicentenário da revolução francesa, com uma explicação do autor que assegurava não ter podido publicar antes, e não estar se aproveitando das comemorações. Para quem agora escreve, seria uma simetria histórica.


Simetria histórica é um dos conceitos que ele desenvolveu e que foi empregado em muitos dos seus livros. As Marcas do Cristo (FEB), é um exemplo deste tipo de trabalho, no qual Hermínio compara a personalidade e história de Paulo de Tarso com a de Martinho Lutero. Este conceito seria empregado pela Dra. Nadia Luz, em sua tese de doutoramento em história, publicada na coleção Espiritismo na Universidade.


As biografias foram também uma de suas paixões. Ele publicou diversas, recuperando para o movimento espírita personalidades que passariam despercebidas nos dias de hoje, apesar de sua relevância. Guerrilheiros da Intolerância (Lachâtre), Hahnnemann, apóstolo da medicina espiritual (CELD), O pequeno laboratório de Deus (Lachâtre) e Swedenborg, uma análise crítica, são alguns dos exemplos.


Um de seus interesses era com a psicologia, na sua interseção com os fenômenos espirituais. Um de seus livros neste campo tornou-se best seller: Nossos filhos são espíritos (Lachâtre). Autismo, uma leitura espiritual (Lachâtre) e Condomínio Espiritual (Lachâtre) são alguns dos trabalhos com este perfil.


Creio que um dos temas que mais o intrigava era a transformação do cristianismo. Ele contribuiu com Os cátaros e a heresia católica (Lachâtre), Cristianismo, a mensagem esquecida (Lachâtre), Candeias da noite escura (FEB) e O evangelho gnóstico de Tomé (Lachâtre).


Das traduções, sua obra prima, é A história triste, de Patience Worth, que desenterrou do esquecimento juntamente com Memória Cósmica, cuja tradução está perdida em seu hard-disk.


Os livros do egito, que povoa suas recordações de além cérebro, o Edwin Drood, o livro de Dickens completado pela mediunidade e igualmente desenterrado por Hermínio, O processo dos espíritas, que reconta a injusta perseguição da sociedade francesa a um dos continuadores de Kardec, Leymarie, e muitos e muitos livros que não vou ficar citando, trazem seu nome e são frutos das suas horas de trabalho sério.


Voa, meu amigo, voa. Vai conhecer novos mundos, recordar mais vivências, reviver os tempos do Cristo. Voa bem alto, para que um dia possa retornar falando das luzes e do futuro.



Fonte: http://espiritismocomentado.blogspot.com.br/

domingo, 23 de junho de 2013

A onda de pessimismo, de descrédito e de desalento é tão grande que, mesmo aqueles que estão bem intencionados e aspirando realizar algo de construtivo e útil para o país, em qualquer nível, veem-se tolhidos em seus propósitos, sufocados nos seus anseios, esbarrando em barreiras quase intransponíveis. É preciso modificar esse clima espiritual. É imperioso que o sopro renovador de confiança, de fé nos altos destinos de nossa nação, varra para longe os miasmas do desalento e do desânimo. É necessário abrir clareiras e espaços para que brilhe a luz da esperança. Somente através de esperança conseguiremos, de novo, arregimentar as forças de nosso povo sofrido e cansado. Os espíritas não devem engrossar as fileiras do desalento. Temos o dever inadiável de transmitir coragem, infundir ânimo, reaquecer esperanças e despertar a fé! Ah! a fé no nosso futuro! A certeza de que estamos destinados a uma nobre missão no concerto dos povos, mas que a nossa vacilação, a nossa incúria podem retardar. Responsabilidade nossa. Tarefa nossa. Estamos cientes de tudo isto e nos deixamos levar pelo desânimo, este vírus de perigo inimaginável. Precisamos contagiar o nosso Movimento com estas forças positivas, a fim de ajudarmos efetivamente o nosso país a crescer e a caminhar no rumo do progresso. São essas forças que impelem o indivíduo ao trabalho, a acreditar em si mesmo, no seu próprio valor e capacidade. São essas forças que o levam a crer e lutar por um futuro melhor. Meus irmãos, o mundo não é uma nau à matroca. Nós sabemos que "Jesus está no leme!" e que não iremos soçobrar. Basta de dúvidas e incertezas que somente retardam o avanço e prejudicam o trabalho.Sejamos solidários, sim, com a dor de nosso próximo. Façamos por ele o que estiver ao nosso alcance. Temos o dever indeclinável de fazê-lo.


Diante dessa crise que se abate sobre o nosso povo, face a essa onda de pessimismo que toma conta dos brasileiros, frente aos embates que o país atravessa, nós, os seus companheiros, trazemos na noite de hoje a nossa mensagem de fé, de coragem e de estímulo. Estamos irradiando-a para todas as reuniões mediúnicas que estão sendo realizadas neste instante, de norte a sul do Brasil. Durante vários dias estaremos repetindo a nossa palavra, a fim de que maior número de médiuns possa captá-la. Cada um destes que sintonizar nesta faixa vibratória dará a sua interpretação, de acordo com o entendimento e a gradação que lhe forem peculiares. 
Estamos convidando todos os espíritas para se engajarem nesta campanha. Há urgente necessidade de que a fé, a esperança e o otimismo renasçam nos corações. A onda de pessimismo, de descrédito e de desalento é tão grande que, mesmo aqueles que estão bem intencionados e aspirando realizar algo de construtivo e útil para o país, em qualquer nível, veem-se tolhidos em seus propósitos, sufocados nos seus anseios, esbarrando em barreiras quase intransponíveis. 
É preciso modificar esse clima espiritual. É imperioso que o sopro renovador de confiança, de fé nos altos destinos de nossa nação, varra para longe os miasmas do desalento e do desânimo. É necessário abrir clareiras e espaços para que brilhe a luz da esperança. Somente através de esperança conseguiremos, de novo, arregimentar as forças de nosso povo sofrido e cansado. 
Os espíritas não devem engrossar as fileiras do desalento. Temos o dever inadiável de transmitir coragem, infundir ânimo, reaquecer esperanças e despertar a fé! Ah! a fé no nosso futuro! A certeza de que estamos destinados a uma nobre missão no concerto dos povos, mas que a nossa vacilação, a nossa incúria podem retardar. Responsabilidade nossa. Tarefa nossa. Estamos cientes de tudo isto e nos deixamos levar pelo desânimo, este vírus de perigo inimaginável. 
O desânimo e seus companheiros, o desalento, a descrença, a incerteza, o pessimismo, andam juntos e contagiam muito sutilmente, enfraquecendo o indivíduo, os grupos, a própria comunidade. São como o cupim a corroer, no silêncio, as estruturas. Não raras vezes, insuflado por mentes em desalinho, por inimigos do progresso, por agentes do caos, esse vírus se expande e se alastra, por contágio, derrotando o ser humano antes da luta. Diante desse quadro de forças negativas, tornam-se muito difíceis quaisquer reações. Portanto, cabe aos espíritas o dever de lutar pela transformação deste estado geral. 
Que cada Centro, cada grupo, cada reunião promova nossa campanha. Que haja uma renovação dessa psicosfera sombria e que as pessoas realmente sofredoras e abatidas pelas provações, encontrem em nossas Casas um clima de paz, de otimismo e de esperança! Que vocês levem a nossa palavra a toda parte. Aqueles que possam fazê-lo, transmitam-na através dos meios de comunicaçãMensagem de Eurípedes Barsanulfo - Medium Suely Caldas Schubert - 10/05/2013o. Precisamos contagiar o nosso Movimento com estas forças positivas, a fim de ajudarmos efetivamente o nosso país a crescer e a caminhar no rumo do progresso. 
São essas forças que impelem o indivíduo ao trabalho, a acreditar em si mesmo, no seu próprio valor e capacidade. São essas forças que o levam a crer e lutar por um futuro melhor. Meus irmãos, o mundo não é uma nau à matroca. Nós sabemos que "Jesus está no leme!" e que não iremos soçobrar. Basta de dúvidas e incertezas que somente retardam o avanço e prejudicam o trabalho.Sejamos solidários, sim, com a dor de nosso próximo. Façamos por ele o que estiver ao nosso alcance. Temos o dever indeclinável de fazê-lo, sobretudo transmitindo o esclarecimento que a Doutrina Espírita proporciona. Mas também, que a solidariedade exista em nossas fileiras, para que prossigamos no trabalho abençoado, unidos e confiantes na preparação do futuro de paz por todos almejado. E não esqueçamos de que, se o Brasil "é o coração do mundo", somente será a "pátria do Evangelho" se este Evangelho estiver sendo sentido e vivido por cada um de nós".

Eurípedes Barsanulfo 
Mensagem recebida no Centro Espirita "Jesus no Lar" - 10/05/2013
Medium - Suely Caldas Schubert

domingo, 10 de março de 2013

Espiritismo provém não da descoberta científica da comunicabilidade da alma, mas da percepção de que este conhecimento transformaria os conceitos humanos, desenvolvendo a moral. Sua obra não se limita na ciência, religião ou filosofia, transcende-as ao tornar-se uma obra educadora, busca convencer racionalmente, baseada em fatos vividos cientificamente, com linguagem simples para ser acessível a todos. Outros filósofos e cientistas espíritas não tiveram a envergadura educadora e o engajamento social de Kardec. Pergunto-me se poderemos completar a utopia de Kardec e transformar o Espiritismo em uma eficiente ferramenta social de educação moral em nosso tempo. Parece-me que precisamos ser mais apaixonados pela educação, mais comprometidos em agir moralmente e em estimular a autonomia, a racionalidade e a atitude científica do Homem.


ALLAN KARDEC – O EDUCADOR-Gustavo Leopoldo Daré
Perguntas me inquietam ao tentar compreender o Espiritismo. O que levou o educador Allan Kardec a desenvolver pesquisas psíquicas e lançar as bases do Espiritismo? Por que a sua obra diferencia-se de todas as outras obras espíritas?

Hippolyte Leon Denizard Rivail nasceu em Lion, França, em 1804. Dos 10 aos 15 anos estudou em Yverdon, Suíça, no célebre instituto do professor-filantropo Johann H. Pestalozzi. Frases de Pestalozzi sugerem que o ambiente em que Rivail consolidou sua personalidade, valorizava o sentimento e a educação integral através da prática, da observação e da convivência. “O principal do que digo, eu vi. E muito do que aconselho, eu fiz... Tudo o que digo repousa... em minhas experiências reais”, “A manifestação do amor é a salvação do mundo!... é o fio que liga o globo terrestre... que liga Deus e o homem”. “A educação (provém)... do reconhecimento das imutáveis leis da nossa natureza... o objetivo final da educação não é o de aperfeiçoar as noções escolares, mas sim o de preparar para a vida; não de dar o hábito da obediência cega... mas de preparar para o agir autônomo”.

Convicto do poder da educação e com forte senso de obrigação social, Rivail realizou intensa e precoce atividade literária e pedagógica. Chegou a Paris em 1820, se pôs a lecionar e a traduzir obras inglesas e alemãs. Lançou seu primeiro livro em 1823, com 18 anos. Até 1850 publicou 22 obras de ensino pré-universitário sobre pedagogia, mitologia, física, química, astronomia, fisiologia, aritmética, cálculo e gramática. Em 1825, com 20 anos, começou a dirigir uma “Escola de Primeiro Grau”. Em 1826 fundou o instituto técnico “Instituição Rivail”. Com 24 anos, escreveu em seu Plano para a Melhoria da Educação Pública: “A educação exige um estudo especial... conhecimento profundo do coração humano e da psicologia moral... a educação não se limita apenas à instrução... todas as partes... são... estreitamente ligadas...” “A grande diferença entre um professor (se limita a ensinar) e um educador (encarregado do desenvolvimento inteiro do homem)”. “Educação é o resultado do conjunto de hábitos adquiridos... resultado de todas as impressões que os provocavam”. “A inteligência deve ser desenvolvida desde cedo, como a moral, e não é sobrecarregando a memória... mas enriquecendo a imaginação de idéias justas...” Complementa em 1834: “Tudo é intelectual, tudo é moral”. “Conheça o movimento dos astros e seu espírito penetre no espaço; tudo isso está ao alcance... da adolescência. Então, não será, como um bruto, indiferente a tudo o que maravilha seu olhar; então não mais acreditará em almas do outro mundo, nem em fantasmas; não mais tomará fogos-fátuos por espíritos; não mais acreditará nos ledores de sorte... seu espírito se alargará contemplando o espaço imenso e sem limites”. Em 1857 volta a lançar livros, agora sobre Espiritismo, com o pseudônimo de Allan Kardec. Até seu desencarne, em 1869, publicou, pelo menos, 8 obras espíritas. Dos aproximadamente 188 textos que Kardec insere entre as perguntas dO Livro dos Espíritos, 39 estão diretamente relacionadas à educação. Qual força foi capaz de transformar o jovem Rivail, cético do mundo espiritual, no grande codificador do Espiritismo aos 53 anos?

Com intensa atividade intelectual e confiança na ciência para alcançar a verdade, em 1823, com 19 anos, iniciou seus estudos sobre o magnetismo. Ao longo de sua vida associou-se a 12 Academias científicas. Até meados do século XIX a ciência não era uma atividade profissional, e criavam-se academias para debater e aprimorar estes conhecimentos.

Rivail nos define a educação como um ato moral de argumentação racional. Sua confiança no método científico o fez mudar de paradigma, aceitou a existência dos Espíritos desencarnados, porém manteve-se fiel ao seu sonho, definido aos 30 anos com paixão e racionalidade: “a educação é a obra da minha vida, não faltarei à minha missão... inimigo de todo charlatanismo, não tenho o tolo orgulho de acreditar cumpri-la com perfeição, mas tenho ao menos a convicção de cumpri-la com consciência”. Seu entusiasmo com o Espiritismo provém não da descoberta científica da comunicabilidade da alma, mas da percepção de que este conhecimento transformaria os conceitos humanos, desenvolvendo a moral. Sua obra não se limita na ciência, religião ou filosofia, transcende-as ao tornar-se uma obra educadora, busca convencer racionalmente, baseada em fatos vividos cientificamente, com linguagem simples para ser acessível a todos. Outros filósofos e cientistas espíritas não tiveram a envergadura educadora e o engajamento social de Kardec.

Pergunto-me se poderemos completar a utopia de Kardec e transformar o Espiritismo em uma eficiente ferramenta social de educação moral em nosso tempo. Parece-me que precisamos ser mais apaixonados pela educação, mais comprometidos em agir moralmente e em estimular a autonomia, a racionalidade e a atitude científica do Homem.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos (Allan Kardec), Pestalozzi: educação e ética (Dora Incontri), Textos Pedagógicos: Hippolyte Léon Denizard Rivail (Dora Incontri), Allan Kardec: o educador e o codificador (Zêus Wantuil e Francisco Thiesen).

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Formacão dos mundos : "O Universo nao existe de toda eternidade como Deus. Se assim fosse nao seria obra de Deus."


Formacão dos mundos

a) "O Universo nao existe de toda eternidade como Deus. Se assim fosse nao seria obra de Deus."
b) " Deus criou o Universo pela sua vontade. Nada caracteriza melhor essa vontade onipotente do que as palavras da Genese - Deus disse: faca-se a luz e a luz foi
feita."
c) "O modo pelo qual podemos compreender como se deu a
formacão dos mundos e que eles se formaram pela condensacão
da matéria disseminada no espaço."
d) "Os cometas sao, comumente, um comeco de condensacao da
materia. No caso podem ser mundos em vias de formacao. Sua
influencia e como a de todos os corpos celestes, os quais
influem de algum modo, em certos fenomenos fisicos."
e) "Deus renova os mundos , assim como renova os seres
vivos".
f) "Apenas Deus conhece o tempo que dura a formacao dos
mundos"



1 - Como entender, a luz da Doutrina Espirita, as frases da
Genese:
"Deus disse: faca-se a luz e a luz foi feita." ?

Temos ai a comprovacao da vontade de Deus.
Essa frase do Gênesis hebraico representa à luz da doutrina
espírita
duas coisas:
-Deus como criador do Universo, por Sua vontade apenas;
- Curiosamente (à luz da ciência), a luz (representada pelos
fótons,
partículas muito pequenas) foi uma das primeiras coisas que
surgiu no
Universo

2 - De um modo geral como compreender a formacao dos mundos?

"Tudo o que a esse respeito se pode saber e podeis
compreender - responderam os Espiritos - eh que os mundos se
formam pela condensaçao da materia disseminada no Espaço".
(LE, 39).
Nota-se que os Espiritos nao disseram que os mundos se
formaram, mas se formam pela condensaçao da materia
disseminada no Espaço. Isto significa que a criaçao nao se
esgotou, mas continua sempre, o que foi confirmado por
Jesus: "Meu Pai ate hoje trabalha" (João, 5:17).

3 - Como podemos entender a renovacao dos mundos, segundo a
Doutrina Espirita ?

A renovação dos mundos pode ocorrer de duas formas:
-Física ou material propriamente falando, pelas situações
geológicas,
climáticas, desintegrativas (radioatividade, p. ex.) ou pela
interferência
dos seres vivos (quaisquer que sejam os reinos a que
pertençam, p.ex.,
animais, vegetais e etc.);
-Moral, pela transformação moral de seus habitantes;
Sabemos, pela doutrina espírita que concebe um Deus
providencialista, que
todos esses processos ocorrerão dentro de um esquema
harmonioso de Sua Lei
(que inclusive prevê as nossas derrocadas, corrigindo-as).

4 - De acordo com O Livro dos Espiritos, comente sobre os
cometas, estes astros viajantes do universo...

A ciência moderna já demonstrou que os cometas conhecidos
são
constituídos principalmente por gelo, gases, amônia e outros
compostos
(daí a célebre resposta dos espíritos a Kardec:"começo de
condensação da
matéria"); e também reconhece o papel dos cometas na
constituição de outros
mundos, carreando elementos e introduzindo-os quando de seu
choque com eles
ou com seus fragmentos (daí a outra parte da resposta:
"mundos em via de
formação").
Além disso, a doutrina espírita subtrai o aspecto das
crendices
freqüentementes associadas aos cometas (influências que não
as naturais, é
claro, já que há interações sobre aspectos físicos).


LIVRO DOS ESPIRITOS- Allan Kardec. Da Criacao. Parte
Primeira, Capitulo III, perguntas 37 a 42.

domingo, 6 de janeiro de 2013

A NAO CONCEPÇAO HUMANA DA DOUTRINA: A Doutrina dos Espíritos nao e de concepcao humana. Foi ditada pelas proprias Inteligencias que se manifestam, quando ninguem disso cogitava, quando ate a opiniao geral a repelia.Introducao ao Estudo da Doutrina Espirita. O LIVRO DOS ESPIRITOS- Allan Kardec, Introducao, itens XVI a XVII, pags. 45 a 47.

A NAO CONCEPÇAO HUMANA DA DOUTRINA:
A Doutrina dos Espíritos nao e de concepcao humana. Foi ditada pelas proprias Inteligencias que se manifestam, quando ninguem disso cogitava, quando ate a opiniao geral a repelia. Ora onde foram os mediuns beber uma doutrina que nao passava pelo pensamento de ninguem na Terra? Perguntamos ainda mais: por que estranha coincidencia milhares de mediuns espalhados por todos os pontos do globo terraqueo, e que jamais se viram, acordaram em dizer a mesma coisa? Se o primeiro medium que apareceu na França sofreu a influencia de opinioes ja aceitas na America, por que singularidade foi ele busca-las a 2.000 leguas alem-mar e no seio de um povo tao diferente pelos costumes e pela linguagem, em vez de as tomar ao seu derredor?
Tambem ainda ha outra circunstancia em que nao se tem atentado muito. As primeiras manifestacoes, na França, como na America, nao se verificaram por meio da escrita nem da palavra, e, sim, por pancadas concordantes com as letras do alfabeto e formando palavras e frases. Foi por esse meio que as inteligencias, autoras das manifestacoes, se declararam Espiritos. Ora, dado se pudesse supor a intervencao do pensamento dos mediuns nas comunicacoes verbais ou escritas, outro tanto nao seria licito fazer-se com relacao as pancadas, cuja significacao nao podia ser conhecida de antemao.
Poderíamos citar inumeros fatos que demonstram, na inteligencia que se manifesta, uma individualidade evidente e uma absoluta independencia de vontade. LE pag.45.

A CIENCIA ESPIRITA EH EXPERIMENTAL E FILOSOFICA: A ciencia espirita compreende duas partes: experimental , relativa as manifestacoes em geral, filosofica, relativa as manifestacoes inteligentes. Aquele que apenas haja observado a primeira se acha na posicao de quem nao conhecesse a Fisica senao por experiencias recreativas, sem haver penetrado no amago da ciencia. A verdadeira Doutrina Espirita esta no ensino que os Espiritos deram, e os conhecimentos que esse ensino comporta sao por demais profundos e extensos para serem adquiridos de qualquer modo, que nao por um estudo perseverante, feito no silencio e no recolhimento. Porque, so dentro desta condicao se pode observar um numero infinito de fatos e particularidades que passam despercebidos ao observador superficial, e firmar opiniao. Nao produzisse este livro outro resultado alem do de mostrar o lado serio da questao e de provocar estudos neste sentido e rejubilariamos por haver sido eleito para executar uma obra em que, alias, nenhum merito pessoal pretendemos ter, pois que os principios nela exarados nao sao de criaçao nossa. O merito que apresenta cabe todo aos Espiritos que a ditaram. Esperamos que dara outro resultado, o de guiar os homens que desejem esclarecer-se, mostrando-lhes, nestes estudos, um fim grande e sublime: o do progresso individual e social e o de lhes indicar o caminho que conduz a esse fim. LE pag.46/47.

A EVOLUCAO: Se se observa a serie dos seres, descobre-se que eles formam uma cadeia sem solucao de continuidade, desde a materia bruta ate o homem mais inteligente. Porem, entre o homem e Deus, alfa e omega de todas as coisas, que imensa lacuna! Sera racional pensar-se que no homem terminam os aneis dessa cadeia e que ele transponha sem transicao a distancia que o separa do infinito? A razao nos diz que entre o homem e Deus outros elos necessariamente havera, como disse aos astronomos que, entre os mundos conhecidos, outros haveria, desconhecidos. Que filosofia ja preencheu esta lacuna? O Espiritismo no-la mostra preenchida pelos seres de todas as ordens do mundo invisível e estes seres nao sao mais do que os Espiritos dos homens, nos diferentes graus que levam a perfeicao. Tudo entao se liga, tudo se encadeia, desde o alfa até o omega. LE pag. 47.



Questoes para estudo.


1 - Qual a explicação e finalidade para a concepção não humana da Doutrina Espírita?

A Doutrina Espírita é obra dos Espíritos Superiores, não apenas de um mas de uma coletividade Assim, não é obra de uma única pessoa encarnada , nem de um único Espírito. Isso confere a codificação um caráter que ultrapassa as limitações do personalismo. Também, espíritos de elevada hierarquia, comunicaram-se em diferentes partes do globo, trazendo mensagens igualmente superiores e concordantes entre si, mostrando a não influência dos médiuns no teor dessas comunicações.


2 - Como se explica, no caráter científico, seu aspecto experimental e filosófico ?

A ciência espírita possui duas partes: uma experimental que seria toda a extensa fenomenologia mediúnica, e a outra filosófica, que representa a manifestação inteligente que gera toda a consequência moral; o estudo dos dois aspecto tem "um fim grande e sublime: o do progresso individual e social e o de lhes indicar o caminho que conduz a esse fim."

3 - Qual a explicação para a afirmação de que "tudo se liga, tudo se encadeia, do alfa ao ômega"?
Ao observarmos a serie dos seres, verificamos que eles formam uma cadeia sem solucao de continuidade, ou seja de forma contínua e infinita , sem fim e, embora aparentemente exista muita distância e lacunas entre os homens e Deus, A Doutrina Espírita nos revela que nesse espaço e distância encontram-se espíritos em diferentes graus e ordens evolutivas.