Caravana da Fraternidade

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Francisco Spinelli

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Os Precursores da Doutrina Espírita


Os fatos atinentes às revelações dos Espíritos ou fenômenos mediúnicos, remontam à mais recuada antiguidade, sendo tão velhos quanto nosso mundo;  e sempre ocorreram em todos os tempos e entre todos os povos.  A história, a este propósito, está pontilhada desses fenômenos de intercomunicação espiritual.
As evocações dos Espíritos não se situaram apenas entre os povos do Ocidente, ocorrendo com larga freqüência no Oriente, como se observa dos relatos do Código dos Vedas e do Código de Manu.  Esclarece-nos Louis Jacolliot que desde os tempos imemoriais, os padres iniciados nos mosteiros preparavam os faquires para a evocação dos mortos, com a obtenção dos mais notáveis fenômenos (Lê Spiritisme dans lê Monde).  O missionário Huc, refere-se a grande número de experiências de comunicações com os mortos registradas na China. Paulo, o apóstolo, em suas epístolas, reconhecia a prática dessas manifestações entre os cristãos primitivos ao recomendar: “Segui o amor e procurai com o zelo os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis”.  “Não apagueis o Espírito; não desprezais profecias;  julgai todas as coisas, retende o que é bom”.
O apóstolo João também se referia a manifestações espirituais, alertando-nos igualmente quanto à procedência dessas comunicações.
Na idade média, destaca-se a figura admirável de Joana D”Arc, grande médium, recusando-se renegar as vozes espirituais.
Numa época mais moderna é que podemos melhor situar a fase precursora do Espiritismo, a Terceira Revelação, conhecida como O Consolador Prometido por Jesus à Humanidade.  A diferença entre os fatos desta fase e os fenômenos da Pré-História, como bem acentua Sir Arthur Conan Doyle, está em que estes últimos episódios eram esporádicos, ou diríamos melhor, sem uma seqüência metódica, enquanto aqueles têm a característica de uma invasão organizada.  É nesta época mais moderna e precursora que vamos encontrar alguns notáveis antecessores, como o famoso vidente sueco, Emmanuel Swedenborg, engenheiro militar, insigne teólogo de valioso patrimônio cultural e dotado de largo potencial de forças psíquicas.
Desde a sua infância, tiveram início as suas visões numa continuidade que se prolonga até sua morte; mas as suas forças latentes eclodiram com mais intensidade a partir de abril de 1744, em Londres.  Desde então, afirma Swedenborg, “(...) O Senhor abria os olhos de meu Espírito para ver, perfeitamente desperto, o que se passava no outro mundo e para conversar, em plena consciência, com anjos e Espíritos (...)”.
Um outro notável precursor, digno de menção, foi Franz Anton Mesmer, médico descobridor do magnetismo curador.  Em 1775, Mesmer reconhece o poder de cura mediante a aplicação das mãos, ou seja, através da fluidoterapia. Acredita que, por nossos corpos, transitam fluidos curadores, preparando o caminho para o hipnotismo do Marquês de Puységur.
Fatos precursores dignos de registro ocorreram com Andrew Jackson Davis, magnífico sensitivo que viveu entre 1826 a 1910, sendo considerado por Sir Arthur Conan Doyle como o profeta da Nova Revelação. Os poderes psíquicos de Davis começaram nos últimos anos da infância, ouvindo vozes de Espíritos que lhe davam conselhos. À clarividência seguiu-se a clariaudiência.  Na tarde de 6 de março de 1844, Davis foi tomado por uma força que o fez voar, em Espírito, da pequena cidade onde residia, e fazer uma viagem até as Montanhas de Catskill, cerca de 40 milhas de casa.  Swedenborg foi um dos mentores espirituais de Davis.
O surgimento do Espiritismo foi predito por Davis no livro “Princípios da Natureza”.
“Para nós, comenta Conan Doyle, o que é importante é o papel representado por Davis no começo da revelação espírita. Ele começou a preparar o terreno, antes que se iniciasse a revelação.  Estava claramente fadado a associar-se intimamente com ela, de vez que conhecia a demonstração de Hydesville (...) 

Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Baseado em Publicação da FEB O Mensageiro


Nos Estados Unidos, outro precursor da Terceira Revelação foi Andrew Jackson Davis ( 1826 — 1910). Tal como Swedenborg, escreveu livros sobre o mundo espiritual e foi-lhe dado ver e entender a sua organização, coisa que antes não era habitual nos médiuns. Escreveu, entre outras obras, The Principles of Nature, Her Divine Revelations e Voice to Mankind.

Davis era uma pessoa simples, frágil de saúde e com pouca instrução. Em estado alterado de consciência (também chamado transe), escrevia e discursava com eloquência sobre os mais diversos temas, diagnosticava e tratava doenças.

Faziam sucesso na época as teorias do médico austríaco Franz Anton Mesmer. O mesmerismo, ou magnetismo, que haveria de transpor as portas das universidades sob o respeitável nome de hipnose, já então era meio para tratamento de diversas doenças. Foi a partir do interesse pelo "magnetismo animal" de Mesmer e pelos estados alterados de consciência, que Jackson Davis se descobriu médium, palavra que, para quem não sabe, significa medianeiro entre dois mundos...
Este médium e valoroso missionário foi alvo de muitos ataques, que acolheu sempre com serenidade e compreensão, próprias da sua condição de ser moralmente evoluído.

No dia da sua morte, Davis anotou no seu caderno:

"Esta madrugada, um sopro quente passou pela minha face e ouvi uma voz, suave e forte, que me disse:
'Irmão, um bom trabalho foi começado. Olha!, surgiu uma demonstração vivente.' "

Nessa noite iniciavam-se em Hydesville, Estado de Nova Iorque, os fenómenos que envolveram a família Fox e que haviam de atrair as atenções gerais para o novo movimento de renovação da Humanidade a que Davis dera mais um impulso.


GT

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