Caravana da Fraternidade

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Francisco Spinelli

quinta-feira, 19 de maio de 2011

De que forma os outros integrantes de uma reunião mediúnica devem participar? Eles se tornarão um dia médiuns ou doutrinadores?

 
Por Divaldo Pereira Franco.
do Livro Qualidade na Pratica Mediunica. Projeto Manoel Philomeno de Miranda.

Assistência

74. - A função do médium e a do doutrinador, nas práticas mediúnicas, são facilmente identificadas. De que forma os outros integrantes de uma reunião mediúnica devem participar? Eles se tornarão um dia médiuns ou doutrinadores?
O capitulo XXIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo dá-nos a resposta. No estudo ali realizado, Allan Kardec refere-se à mediunidade como sendo uma certa predisposição orgânica inerente a todas as pessoas, como a faculdade de ver, de falar, de ouvir...
Numa prática mediúnica temos três elementos básicos no plano físico: o doutrinador, o médium(de psicografia, psicofonia ou de outra faculdade qualquer, como a clarividência, clariaudiência) e o assistente, que não é platéia.
A prática mediúnica sempre faz recordar uma sala cirúrgica, onde existem as equipes de cirurgiões, para-médica e de auxiliares. Todos eles em função do paciente, que é o Espírito sofredor.
O trabalho mediúnico pode ter o caráter simultâneo de educação do médium e de desobsessão. De educação, porque somos sempre principiantes; e de desobsessão, porque os Benfeitores espirituais trazem Espíritos perversos, imbuídos de sentimentos maus, perseguidores contumazes para serem doutrinados.
Todos já conhecemos as funções do doutrinador e do médium. Todavia, nem sempre isto acontece quando se trata de assistente, que não sabe como conduzir-se.
Numa sala cirúrgica o assistente é alguém sempre disposto a cooperar com o que seja necessário.
Como todo assistente é um médium em potencial, ele pode dar uma comunicação em qualquer momento, esteja à mesa ou fora dela. A tradição de que as comunicações devem apenas operar-se à mesa está superada. A mesa foi um artifício de que Allan Kardec se utilizou para dar mais comodidade, pois as pessoas apóiam os braços, têm uma postura mais confortável, mais repousante, contudo em qualquer parte onde esteja situada a pessoa na sala mediúnica, pode estar em sintonia para os labores de intercâmbio espiritual.
Anteriormente havia uma tradição equivocada que atribuía a existência de uma primeira e de segunda correntes. São superstições. O importante é o conjunto; e o assistente comum deve ser alguém que participe através da mentalização, da meditação ou mesmo cooperando emocionalmente com o doutrinador, porque nem sempre este é feliz na identificação do móvel da comunicação, no momento de definir se se trata de um Espírito sofredor ou mistificador. na linguagem da perversidade.
Não raro, o doutrinador, fica sindicando, num diálogo ainda não direcionado, para identificar o problema que traz o comunicante e assim conversar com segurança. Além disso, o doutrinador, às vezes, se equivoca, o que é natural e humano. Inicia a doutrinação de uma forma, que não corresponde à necessidade do Espírito, e os Mentores sentem dificuldade em induzi-lo para que haja uma boa recepção. No entanto, um assistente pode identificar perfeitamente o problema. Cabe-lhe, neste caso, concentrar-se, ajudando o doutrinador, enviando mentalmente a mensagem acertada para que ele encontre a diretriz segura na orientação a ser ministrada.
É muito comum, em todos os grupos, por indisciplina mental dos assistentes, quando se trata de Entidade zombeteira ou perversa, fazer-se o jogo do desencarnado, não colaborando com o doutrinador, principalmente quando se trata de discussão que, aliás, deve sempre ser evitada.
Freqüentemente o assistente fica torcendo para que o Espírito perturbado vença a querela e até sente uma certa euforia quando nota o embaraço do orientador. Não se dá conta que, nesse estado mental, entra em sintonia com o Espírito malfazejo, que exterioriza uma radiação capaz de ser absorvida por qualquer pessoa na mesma faixa mental.
Ou seja, o assistente tem um papel preponderante para o êxito do trabalho mediúnico. Se às vezes, o processo das comunicações não está correndo com sucesso, em grande parte a responsabilidade é da equipe auxiliar. São a eficiência e a qualidade do trabalho dessa equipe que sustentam o valor da obra.
Por outro lado, nos trabalhos mediúnicos, o assistente deve aproveitar o momento para meditar, acompanhando as comunicações, ao invés de se deixar envolver pelo cochilo. Realmente, fica monótono o transcorrer de uma prática mediúnica, quando a pessoa não se integra nos detalhes do que ali acontece. Somente assim procedendo consegue o assistente libertar-se do desejo de dormir ou de ser acometido por mal-estar, o que sempre ocorre quando a pessoa não se concentra para acompanhar atentamente as comunicações que estão acontecendo.
Para dinamizar a sua participação, o assistente deve manter-se em atitude oracional para auxiliar o comunicante, penetrando no seu problema, porque isso é de muita relevância. Observa-se com freqüência que alguns embaraços do terapeuta espiritual são decorrência não só do seu despreparo, como também, da falta de cooperação mental do grupo, que não estando sintonizado deixa de oferecer os meios para uma ligação mental com os Mentores e com a Entidade comunicante.
Por fim, todos os assistentes devem manter-se em atitude receptiva, porque a manifestação mediúnica pode irromper a qualquer momento, em qualquer um deles, não necessariamente com caráter obsessivo, mas também inspirativo positivo. Pode surgir uma idéia edificante, um pensamento feliz, e cabe, à pessoa, no momento do silêncio, exteriorizar essa emoção, que pode ser o começo de uma manifestação no desdobramento de faculdades embrionárias.
Desta forma, o assistente deve colaborar positivamente com as suas emissões positivas no transcorrer das comunicações, pois ele é uma espécie de auxiliar de enfermagem na cirurgia mediúnica. Da sua mente devem sair recursos energéticos para o trabalho anestésicos a benefício do paciente desencarnado. A sua participação deve ser ativa e vigilante em todas as atividades ocorridas durante os trabalhos ali desenvolvidos. Suplicando ajuda espiritual, acompanhando e observando os diálogos, ele se transforma numa peça imprescindível na cooperação para o bom êxito das tarefas de intercâmbio espiritual.
Isto posso constatar, muitas vezes, em estado de desdobramento, pois enquanto os Amigos Espirituais escrevem, ou mesmo estando incorporado, acompanho os acontecimentos e anoto o que se passa no transcorrer dos labores.
Quando a prática mediúnica termina e as pessoas fazem perguntas sobre esta ou aquela particularidade, lembro-me perfeitamente da ocorrência, dos vários detalhes, como sejam: os diálogos, as comunicações, as condições das Entidades sofredoras, os Espíritos amigos que estão presentes na reunião, etc.. É a lucidez da mediunidade.


Por Divaldo Pereira Franco.
do Livro Qualidade na Pratica Mediunica. Projeto Manoel Philomeno de Miranda.

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