Caravana da Fraternidade

Caravana da Fraternidade
Francisco Spinelli

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Eu não aceito jamais nada sem exame e sem controle;



R. E. 1864, p. 103: “O controle universal é uma garantia para a unidade futura do Espiritismo e anulará todas as teorias contraditórias. É aí que, no porvir, se buscará o critério da verdade. O que fez o sucesso da Doutrina, formulada em O Livro dos Espíritos e em Livro dos Médiuns, é que, por toda parte, cada um pode receber diretamente dos Espíritos a confirmação daquilo que eles contêm. Se, de todas as partes, os Espíritos tivessem vindo contradizê-los, esses livros teriam depois de muito tempo tido a sorte de todas as concepções fantásticas. Mesmo o apoio da imprensa não os teria salvado do naufrágio, enquanto que, mesmo privados desse apoio, não deixaram de fazer um caminho rápido, porque tiveram o apoio dos bons Espíritos cuja boa vontade compensou, e ultrapassou, a má vontade dos homens. Assim o será de todas as idéias emanadas dos Espíritos e dos homens, que não puderem suportar a prova desse controle, do qual ninguém pode contestar o poder.”
R. E. 1859, p. 176: “Os Espíritos são aquilo que são, e não podemos mudar a ordem das coisas; não sendo todos perfeitos, não aceitamos suas palavras senão sob análise e não com a credulidade das crianças; julgamos, comparamos, tiramos as conseqüências de nossas observações, e mesmo seus erros são para nós ensinamentos, porque não fazemos abnegação de nosso discernimento.
Essas observações se aplicam igualmente a todas as teorias científicas que os Espíritos possam dar. Seria muito cômodo ter apenas que os interrogar para encontrar a ciência toda feita, e para possuir todos os segredos industriais: não adquirimos a ciência senão ao preço do trabalho e das pesquisas; sua missão não é de nos livrar desta obrigação. Sabemos aliás, que não somente nem todos não sabem tudo, mas que há entre eles, como entre nós, falsos sábios, que crêem saber aquilo que não sabem, e falam daquilo que ignoram com o mais imperturbável desembaraço. Um Espírito poderia então dizer que é o Sol que gira em torno da Terra e não o contrário, e sua teoria não seria mais verdadeira porque vinda de um Espírito. Que aqueles que nos supõem uma credulidade assim pueril, saibam pois que tomamos toda opinião exprimida por um Espírito por uma opinião individual; que não a aceitamos senão depois de a haver submetido ao controle da lógica e dos meios de investigação que a própria ciência Espírita nos forneceu.”

R. E. 1859, p. 180: “Direi primeiro que, segundo o seu conselho – o conselho de seus Guias – Eu não aceito jamais nada sem exame e sem controle; não adoto uma idéia a não ser que ela me pareça racional, lógica, se está de acordo com os fatos e as observações, se nada de sério a vem contradizer. Mas meu julgamento não poderia ser um critério infalível; o consentimento que tenho encontrado junto de uma multidão de gente mais esclarecida do que eu é para mim uma primeira garantia; encontro uma outra, não menos preponderante, no caráter das comunicações que me têm sido feitas desde que me ocupo com o Espiritismo; jamais, posso dizê-lo, escapou uma única dessas palavras, um só desses sinais pelos quais se traem os Espíritos inferiores, mesmo os mais astuciosos; jamais dominação; jamais conselhos equivocados ou contrários à caridade e à benevolência, jamais prescrições ridículas; longe disso, não encontrei neles senão pensamentos grandes, nobres, sublimes, isentos de pequenez e mesquinharia; em uma palavra, suas relações comigo, nas menores, como nas maiores coisas, têm sido sempre tais que, se tivesse sido um homem que me houvesse falado, eu o teria pelo melhor, o mais sábio, o mais prudente, o mais moral e o mais iluminado. Eis, senhores, os motivos de minha confiança, corroborada pela identidade de ensinamento dado a uma multidão de outras pessoas, antes e depois da publicação de minhas obras...”
R. E. 1859, p. 182: “Pode-se diferir de opinião sobre pontos da ciência sem se morder e se atirar pedras; é mesmo muito pouco digno e muito pouco científico fazê-lo. Busque de seu lado como buscamos do nosso; o porvir dará razão àquele de direito. Se nos enganamos, não tenhamos o tolo amor-próprio de nos obstinar com idéias falsas; mas há princípios sobre os quais se está certo de não se enganar: são o amor do bem, a abnegação, a abjuração de todo sentimento de inveja e ciúme; esses princípios são os nossos, e com esses princípios pode-se sempre simpatizar sem se comprometer; é o laço que deve unir todos os homens de bem, qualquer que seja a divergência de suas opiniões: somente o egoísmo coloca entre eles uma barreira intransponível.”
R. E. 1859, p. 183: “Onde quer que chegue, minha vida está consagrada à obra que empreendemos, e serei feliz se meus esforços puderem ajudar a fazê-la entrar na via séria que é sua essência, a única que poderá assegurar seu porvir. O objetivo do Espiritismo é fazer melhores aqueles que o compreendem; tratemos de dar o bom exemplo e de mostrar que para nós a Doutrina não é letra morta; em uma palavra sejamos dignos dos bons Espíritos, se queremos que os bons Espíritos nos assistam. O bem é uma couraça contra a qual virão sempre se quebrar as armas da malevolência.”

RE Allan Kardec
Por G. Teixeira

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