Caravana da Fraternidade

Caravana da Fraternidade
Francisco Spinelli

domingo, 15 de maio de 2011

O corpo é o envelope material que reveste temporariamente o Espírito para o cumprimento de sua missão sobre a Terra e a execução do trabalho necessário ao seu avanço.



R. E. 1865, p. 66: “As idéias do homem são em razão do que ele sabe; como em todas as descobertas importantes, a da construção dos mundos deveu dar-lhes um outro curso. Sob o império desses novos conhecimentos, as crenças devem se modificar; o céu foi transferido. A região das estrelas sendo sem limites não pode mais lhe servir. Onde ele está? Diante desta questão, todas as religiões permanecem mudas. O Espiritismo vem resolvê-la demonstrando o verdadeiro destino do homem. A natureza deste último e os atributos de Deus sendo tomados por ponto de partida, se chega à conclusão.
O homem é composto do corpo e do Espírito. O Espírito é o ser principal, o ser da razão, o ser inteligente; o corpo é o envelope material que reveste temporariamente o Espírito para o cumprimento de sua missão sobre a Terra e a execução do trabalho necessário ao seu avanço. O corpo usado se destrói e o Espírito sobrevive a essa destruição. Sem o Espírito, o corpo não é senão uma matéria inerte, como um instrumento privado do braço que o faz agir; no corpo, o Espírito é tudo: a vida e a inteligência. Deixando o corpo, ele reentra no mundo espiritual de onde tinha saído para se encarnar.
Há então o mundo corpóreo, composto dos Espíritos encarnados, e o mundo espiritual, formado dos Espíritos desencarnados. Os Espíritos são criados simples e ignorantes, mas com a aptidão de tudo adquirir e a progredir em virtude de seu livre-arbítrio. Pelo progresso, adquirem novos conhecimentos, novas faculdades, novas percepções e, em conseqüência, novos gozos desconhecidos aos Espíritos inferiores; eles vêem, ouvem, sentem e compreendem o que os Espíritos atrasados não podem nem ver, nem ouvir, nem sentir, nem compreender. A felicidade está em razão do progresso alcançado; de sorte que, de dois Espíritos, um pode não estar tão feliz quanto o outro, unicamente porque não é tão avançado intelectualmente e moralmente, sem que tenham necessidade de estar cada um num lugar distinto. Ainda que estando ao lado um do outro, um pode estar nas trevas, ao passo que tudo é resplendente ao redor do outro, absolutamente como para um cego e um vidente que se dão a mão; um percebe a luz, que não causa nenhuma impressão sobre seu vizinho. A felicidade dos Espíritos sendo inerente às qualidades que possuem, eles a haurem por toda parte onde se encontrem, na superfície da Terra, no meio dos encarnados ou no espaço.”
R. E. 1865, p. 37: “A Doutrina Espírita muda inteiramente a maneira de encarar o porvir. A vida futura não é mais uma hipótese, mas uma realidade; o estado das almas após a morte não é mais um sistema, mas um resultado da observação. O véu foi levantado; o mundo invisível nos aparece em toda sua realidade prática; não são os homens que o descobriram por esforço de uma concepção engenhosa; foram os próprios habitantes desse mundo que vieram nos descrever sua situação. Nós os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as fases de felicidade ou de infelicidade; assistimos a todas as peripécias da vida de além-túmulo. Aí está para os espíritas a causa da calma com a qual eles encaram a morte, a serenidade de seus derradeiros instantes sobre a Terra. O que os sustenta não é somente a esperança, é a certeza; sabem que a vida futura não é senão a continuação da vida presente em melhores condições, e a esperam com a mesma confiança que esperam o alvorecer do Sol depois de uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança estão nos fatos de que são testemunhas e na concordância desses fatos com a lógica, a justiça e a bondade de Deus e as aspirações íntimas do homem.”

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